domingo, 4 de outubro de 2009

O Perfume do Desejo



Tal qual um devaneio, uma miragem para um sedento no deserto, foi te ver sentada à beira da cama me aguardando. Teu olhar era profundo, marcante, um misto de fera à espreita, voraz, esfomeada, faminta por mim, com uma docilidade que se traduzia na forma que os lábios tomavam. Mordiscava-se e sorria, marota, me olhava.
Meu banho quente havia me relaxado em parte, pois enquanto me banhava, ansiava por transpor de uma vez a porta que me separava daquela que me despertara tão profundo desejo. O membro viril ardia intenso, como se pulsasse no ritmo do meu acelerado coração. E agora eu estava ali, diante dela, pele morena cor de cúia, cabelos castanho-avermelhados como o fogo que ardia em nós. O perfume dela entra por minhas narinas e desperta ainda mais meus sentidos. Meus olhos fitavam não só os belos traços de seu rosto mais corriam-lhe o corpo, que me oferecia um banquete em seios fartos e quadril generoso. Ela tem a distância perfeita entre a pélvis e o contorno do seios, como que esculpida nas medidas exatas para eu percorrer das mamas ao clítoris com beijos, mordicadas e língua a lhe contornar os detalhes mais íntimos.
Frente a frente, ela se levanta e me percorre com os seus lábio até alcançar os meus, para logo após nossos braços envolverem um ao outro. Gosto de correr com a ponta dos dedos por suas costas, lenta e delicadamente de cima à baixo e em movimentos circulares. E ela aprendeu a fazer o mesmo, sabendo que me agrada.
Minha língua enrosca-se na dela, de forma que nos entregamos um ao outro em uma oralidade intensa. E particularmente me excita ainda mais quando ela busca o cheiro do limite onde termina o meu pescoço e começam meus ombros, onde reside um perfume natural, único, distinto tanto quanto uma impressão digital, e que sei que a enlouquece.
Me abaixo um pouco e faço o mesmo, subindo e descendo dali até os mamilos rijos, que se destacam mesmo aprisionados em tão bela lingerie, ansiando pela liberdade e novo cativeiro em minha boca. Minhas mãos lhe descem por suas curvas até contornar-lhe os maravilhosos glúteos e firme agarro as coxas para em um único e gentil impulso, erguê-la e encaixá-la em meu quadril, e agora beijar-lhe a boca sedenta, com minha cabeça levemente inclinada para cima enquanto sinto suas pernas trançadas em mim. Em um rápido movimento giro nossos corpos prenso-a suavemente contra a parede ao lado da cama. Um pouco de força máscula lhe apraz, para em seguida ela passar da doce passividade à predadora voraz.
Ela agora me empurra para a cama, onde caio de costas para logo sentir-lhe abocanhar com sede aquilo que tanto ama. Hoje ela se encarregou do sutiã, pois temia pela linda e cara peça, desastrado que por vezes fico quando inebriado em seu amor. Por um pouco me contento, para logo retomar a investida e inverto a situação, desatando os laços da calcinha que tão lindamente emoldurava seu quadril e a protegia da minha fome. Eu a brindei com longos minutos de profundas carícias até quase o êxtase, pois amo percorrer com minha boca sua anatomia feminina enquanto sinto suas coxas sobre meus ombros, ora relaxadas ora contraídas.
Quando então subo por sobre ela, olhos estalados me aguardam acompanhados pelo sensual desenho dos lábios, e a penetro suavemente até que se adapte ao diâmetro avantajado. Gosto de alternar movimentos circulares às estocadas pois quando faço ela ergue um sorrisinho provocante, em sinal de aprovação. E me perco na beleza dos seus olhos, em seus lábios, por entre seus cabelos, nos seus odores mesclados ao perfume caro – que não se compara ao cheiro dela – e na perfeição de seus seios. Sinto os braços dela quase frenéticos a me agarrar, me arranhar, me acariciar, como se por um breve momento temesse que eu misteriosamente sumisse, evaporasse e a deixasse à beira do orgasmo. Não se preocupe querida, eu estou aqui, por dentro, por fora, em toda parte e em cada centímetro do teu corpo, cuja volúpia me cativa e me faz desejar cada vez mais ser teu.
TLX³
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